O medo tem medo das gentes. E, por isso, espera horas tardias de solidão para nos entrar pelas janelas abertas da alma. O medo tem medo do medo. E foge, o cobarde, quando outros chegam.
No intervalo existente entre aquilo que sou e aquilo que finjo ser, já não sei ser... quem sou....

domingo, 27 de dezembro de 2009
A propósito do medo.
O medo tem medo das gentes. E, por isso, espera horas tardias de solidão para nos entrar pelas janelas abertas da alma. O medo tem medo do medo. E foge, o cobarde, quando outros chegam.
domingo, 13 de dezembro de 2009
O tempo não tem tempo.
Recomecei a usar relógio de pulso apenas de há uns anos para cá... Tudo porque, de cada vez que o usava, sentia que ele teimava em apressar-me para algo que não queria que chegasse, evaporava minutos que queria viver para sempre ou, simplesmente, não avançava para algum momento que ansiava que acontecesse. Daí até se tornar um vício olhar para os três ponteiros no mostrador, foi um passo. Passava a vida, suspensa na ansiedade, de olhos postos no pulso, observando cada deslizar cadenciado até que, a muito custo, consegui manter com aquele engano engenhoso uma relação mais saudável.
Nas minhas certas incertezas sei, agora, que o tempo é eterno e se move em círculos. Traz, leva e, muitas vezes, devolve aquilo que arranca de nós à socapa, qual caçador furtivo à espera da melhor oportunidade para apanhar a presa desprevenida.
Aprendi a apreciar os instantes que antecedem algo que eu quero muito que chegue... o batimento cardíaco acelerado, a garganta seca e a cabeça produzindo mil imagens que de tão desejadas se tornam reais. Consigo, agora, aproveitar a brevidade de momentos em que um olhar indiscreto e inquieto diz tudo, sem angustiar-me com o inevitável fim. O olhar, esse, guardo-o na escassa eternidade de que me faço e, por isso, sobrevive ao avançar galopante do tempo. Diz-se do momento ser o mais breve período em que o tempo pode dividir-se. Eu digo, esse momento poderá ser o mais duradouro de todos, dentro da sua curta duração. Já não penso nas noites que comem os dias impiedosamente, porque os risos e sorrisos, os olhares cúmplices sobrepõem-se à triste ideia de finito. E isso chega para que tudo se sustenha. Embrulho cada pedacinho de cada momento em papel colorido, porque um dia estaremos demasiado velhos para dizer piadas sem sentido e viveremos de memórias. Redescobriremos, então, cada um deles no pó de tempos passados, mas que permanecem tão presentes agora como naquele lapso de tempo. Neste tempo não há tempo. Neste tempo, ausente de si mesmo, deixo apenas que os meus sentidos naufraguem em instantes que carregarei comigo, eternamente.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Eis que volto ao silêncio. Recorrente. (Des)Conforto...
Mas sinto...
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Quando tudo está além das palavras.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Eu.
Eu tinha os meus livros.
Eu tinha as minhas canetas de todas as cores.
Eu tinha os vestidos mais bonitos.
Eu tinha os meus brinquedos. Muitos. Imensos. Demasiados.
Eu tinha sempre um sorriso alegre e despreocupado.
Eu tinha tudo.
Eu era infeliz.
domingo, 29 de novembro de 2009
Os ciúmes das letras.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Coisas mais ou menos assim.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009
E, naquele preciso instante, senti o peso do mundo inteiro em cima dos ombros.
domingo, 22 de novembro de 2009
Uma "não partida" anunciada.
Agora vou contar-te algo que nunca contei antes... o meu coração pede-me todos os dias o teu sangue. Premente. Urgente. Teimoso. De uma forma pueril.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Post ridículo. Pouco recomendável a pessoas susceptíveis e com tendência a acharem-me louca. Não estou. Sou. Talvez me ausente por uns tempos...
Às vezes não sei quem sou. Reconheço-me em mim. Conheço-me em cada imagem alienada que pinto, desta que também sou eu.
domingo, 15 de novembro de 2009
As mulheres e o sexo.
Eu: Faz...
F: Achas que se uma mulher nunca tiver vontade de fazer sexo com o marido pode correr o risco de ser traída?
Eu: Nunca, nunca?
F: Nunca, nunca...
Eu: Hum... então tenho a certeza que sim, que corre esse risco.
F: Oh... porra. Eu estava a falar de mim, entendes?
Eu: Entendo...
F: E continuas a achar o mesmo?
Eu: Obviamente que sim... Agora faço eu uma pergunta: o teu marido sabe cozinhar?
F: Não... nem uns ovos mexidos sabe fazer...
Eu: Então imagina que passas uma semana sem cozinhar... o que faria ele?
F: Possivelmente ia comer fora...
Eu: Pronto... agora queres que te faça um desenho?
F: Não. Porra, pareces mesmo um gajo a falar...
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Do âmago.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
É preciso ter galo...
Sabem quem é que consegue abrir a porta de um armário enquanto está a falar ao telemóvel... e acertar em cheio na cabeça? Sabem?
sábado, 31 de outubro de 2009
Coisas de machos.
Ele(muito ofendido)"- O que foi? Nunca viste um pénis?"
E eu a pensar que os seres com pilinhas entre as pernas só tinham este tipo de problemas quando mijavam ao pé de membros do mesmo sexo...
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Se eu fosse um animal...

14h17m
O telemóvel toca.
S.A.: Então linda, tudo bem?
Eu: Hum... Estou a dormir.
S.A.: Está bem. Liga-me quando acordares...
15h42m
O telemóvel toca novamente.
Eu: Siiim?
F.: Então tu não sabes o que aconteceu?!
Eu: Não... Estou a dormir...
F.: Ah... Depois ligo. Beijos
17h29m
O telemóvel toca uma vez mais.
S.: Querida! Olha, estava a pensar ir ao (...)
Eu: Porra! Mas será que não posso dormir descansada? Falamos depois! Beijinho
Pelo que me disseram, quando o telemóvel toca e eu estou a dormir, torno-me numa pessoa agressiva. Juro que é mentira! Eu nem me lembro de nada... Acho que sofro de amnésia. Ou então é um distúrbio qualquer ainda por identificar...
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Vida de cão?

Juro que não sei como ela consegue dormir descontraidamente na MINHA cama... enquanto eu estou a pensar que amanhã já não poderei passar o dia quase todo na ronha. Humpf... de volta ao trabalho. Raios! Inveja... muita inveja... ainda dizem que a vida de cão é que é! Eu não me importava nada de ter a vida...da minha gata.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Colisão. Em câmara lenta. Regresso...

Ainda não sei como entraste. Logo eu, que nunca gostei de sentir a casa demasiado cheia. Pessoas, quadros, móveis. Pó. Agradam-me as paredes. Brancas, vermelhas. É como se, na sua imponência, confessassem timidamente coisas passadas. Tudo o que está a mais desvia a atenção daquilo que realmente importa. Também nunca me agradou muito o factor surpresa. As poucas pessoas que recebo em casa são sempre convidadas previamente. Para o caso de não serem... a campainha está ao lado da porta, lá fora, só para o caso de. E tu chegaste sem avisar. Quando me apercebi de ti, estavas cá. Confortavelmente. Surpresa. Olhei para o chão de madeira e não vi malas nem bagagens. Estranhei a familiariedade com que me olhavas, o à vontade com que me descobrias em cada canto meu. Tive medo que me conhecesses, senti-me vacilar dentro de mim, encher-me de incertezas. Tudo mudaria irreversivelmente. Mas aproximaste-te de mim, seguro, e nos teus passos ouvi o respirar das folhas, o vento revolver as entranhas e desalinhar-me o cabelo. Tremi. Quis esconder-me ou fugir, nem sei. Não o fiz. Deixei-me ficar, quieta, com o ritmo do coração descompassado na boca e na cabeça. As pernas trémulas, uma sensação estranha no estômago. Uma mistura de imagens, sons, cheiros invadiu me a alta velocidade. Queria perceber... De alguma forma, descobrir-te a alma em algum lugar. O olhar, atento, tentando desvendar o que se seguiria, ansiando saber que sentimentos carregarias contigo, a que velocidade bateria o coração dentro do peito, que segredos me dirias sem falar. Observei-te silenciosamente, porque qualquer palavra estaria a mais. Apaziguaste-me o coracão e a alma com os olhos e as mãos e, subitamente, notei... Reconheci-te. Sempre te desejara. Sempre tinha esperado a tua chegada, mesmo sem saber quem eras ou como serias. Sempre almejara que acontecesses. E sempre soube que, quando chegasses e apesar de ainda não te conhecer o corpo, me sentiria em casa. Mas até aquilo que desejamos muito pode assustar, ganhar as proporções de um maremoto interior que varre tudo por onde passa, quando nos aparece sem aviso.
Poderei ir embora, se preferires, quando quiseres, dizias tu calmamente. Murro no estômago. Súbita vontade de chorar. A minha pequenez. E se eu quisesse que nunca fosses? Não quero que vás... Com os olhos, pedi para ficares.
A minha maior tristeza sempre fora sentir-me uma pessoa avulso. No entanto, tinha a certeza que existias. Sabia, no fundo, que por mais que tentasse esconder-me ou fugir, não conseguiria. A alma sabe sempre o caminho de casa. Ainda não sei como entraste, não sei. Não interessa. Mas um dia ainda me hás-de dizer porque é que não partiste.
Finalmente chegaste... finalmente...
sábado, 24 de outubro de 2009
Noites assim.
Quando isto acontece gostava de ver uma luz ao fundo do túnel. Uma solução. Sinto o corpo e a mente cansados. Talvez um abraço bastasse. Qualquer coisa que quebrasse a distância. Qualquer coisa que comesse o pó do caminho que nos separa. Qualquer coisa que me deixasse adormecer tranquila. A minha mão na tua. O teu respirar, descansado, em uníssono com o meu. O bater compassado do teu coracão no meu peito.
Quando isto me acontece sinto-me triste. Pouco dona de mim. Derrotada na fortaleza que eu mesma criei e que sempre julguei ser capaz de proteger-me de tudo. Fecho os olhos...

Eu só quero que estas insónias me deixem...
...porque hoje me sinto infinitamente pequena...
será que podes embalar-me até eu conseguir adormecer?
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Princesa... mas pouco.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Post (in)útil...



segunda-feira, 19 de outubro de 2009
O princípio de todas as coisas.

Leva o tempo que quiseres...
Conta-me na pele a tua saudade, em sussurros. Não te apresses, toma o tempo que for preciso, que o tempo nem existe. Repete-me a mesma história, a nossa história, e embala-me assim, serena, num conto sem fim.
Abre a portão, sem medo. Prende a tua mão na minha e faz-me acreditar que a nossa história ainda não está escrita em nenhum livro amarelido pelo tempo, que podemos pintar cada folha em branco com as cores que quisermos. Faz-me acreditar que nada será em vão, porque vale sempre a pena desde que acreditemos.
Deixa... não precisaremos de nos esforçar muito. Porque as coisas mais bonitas são obra do acaso e nem precisam de serem trabalhadas. Basta que abras o portão.
sábado, 10 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
No início, ele era um choro quase mudo , rompendo o silêncio. Como uma bruma anunciando a tempestade. De tão cheia, de tanta necessidade de me libertar, prendendo-me, foi trepando a alma até sair pelos olhos em forma de água salgada. Conheceu o mundo pelas janelas que lhe abri em mim. Estendeu as mãos pequenas na tentativa de o alcançar. A boca ávida. A fome. A sede. Um querer tudo. Urgente. Alimentou-se de mim. Fortaleceu-se.
Adormeceu-se no meu peito nu e foi-se entranhando na carne. Desfez-se em estilhaços, espalhou-se como pólvora seca soprada pelo vento. Arrebatou a força das ondas e insurgiu-se contra os penhascos que eu sempre erguera em meu redor na tentativa de o afastar.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Se numa noite destas, fria e chuvosa, velada pela escuridão das ruas sem nome, resolveres partir... não digas nada. Se resolveres cruzar com as tuas asas outro céu que não o meu, nada digas. Levanta voo e não olhes para trás. Eu ficarei aqui, ver-te-ei rasgar o céu que reclamava a tua presença e te roubou de mim sem aviso. As tuas asas continuarão a bater-me no peito. Não te despeças.
Não queiras que apague cada poesia nossa. Não queiras que adormeça em mim a memória de cada noite em branco. Não me peças que te liberte das masmorras do meu coração.

Não digas adeus...
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Foda-se!

sábado, 26 de setembro de 2009
Palavras vs Sentimentos

Uma quase-certeza... talvez encontre as minhas palavras nas dos outros... as que não consigo dizer ou escrever.
Uma certeza absoluta... já sentia saudades tuas antes de conhecer-te.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
E...
...dedilhas canções de embalar nas veias que tenho cravadas na carne,
enquanto me apertas num laço junto ao peito
...nasces-me na pele e floresces-me na boca de cada vez que repito o teu nome
...cantas-me versos de algo nunca antes escrito em cada folha que soltas dos dedos
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Clandestinos.

Um (des)encontro eterno e inevitável?
Portos vazios. Maré cheia.
Clandestinos.
Trovoada em mim.
Desejo calado....
Chama que nos incendeia.
Fogo...
Choves-me na pele quente.
Tu deixas-me tão...
Tu fazes-me tão...
domingo, 20 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
Latejante.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Tua. Princesa.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
O nosso segredo.

E quando chegas, assim, trespassas a noite com rasgos de luz.
E cada palavra que me pintas na pele é um molho de sorrisos que colhes em cada jardim por onde passas.
E cada abraço em que me envolves é uma canção em que me embalas até adormecermos.
E eu reinvento-me em novas roupagens que me vestem a alma de uma alegria pueril.
E, um no outro, seremos sempre nós. Este é o nosso segredo. Aquele que guardamos, cúmplices, no silêncio de um sorriso que só nós compreendemos. Aquele que arde na boca, corre nas veias, incendeia o peito e consome de desejo. Aquele que nos põe o mundo inteiro na palma das mãos e nos cede um tempo infinito, o tempo que quisermos, porque este tempo é só nosso.
E eu saberei voar, sempre assim, livre, com as asas que um dia me deste.
sábado, 12 de setembro de 2009
Para sempre... talvez.

Pegou vagarosamente na roupa. Vestiu-se e dirigiu-se para a porta em bicos de pés, como se qualquer movimento menos cuidadoso pudesse acordá-lo. Não se despediu. Não deu o último beijo. Não olhou para trás. Fechou a porta de mansinho e, quando a fechou, ecoou-lhe na alma, num lamento ensurdecedor.
Alisava mecanicamente a bainha do vestido enquanto olhava, distraída, através da janela. As luzes confundiam-se com o sol, ainda tímido, e a claridade chicoteava os olhos impiedosamente. As mãos nervosas. Os olhos, perdidos, escondidos pelos óculos escuros mas, mesmo assim, demasiado claros.
Chegou finalmente a casa. So aí soltou um suspiro dorido. Tinha-o feito prisioneiro no peito.
A água caía-lhe, a ferver, no corpo, como se assim pudesse esquecer. Cada gota, uma tentativa falhada de apagar o que acontecera.
Nada mudara. Mas a partir daí tudo seria diferente.
Nesse dia, o sol fugiu. E choveu. Sem parar.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Shhhhhh

domingo, 6 de setembro de 2009
D' outros voos.

Ela acolheu-o, silenciosa, e no seu céu rasgou-se um sorriso.
Ele aninhou-se no peito e permaneceu. Descansou.
Lamberam feridas, choraram alegrias e tristezas.
Eram livres.
E voaram juntos.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Com os dois olhos. Ou só com um!
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Coisas da B...
O avô da B. andou tristonho durante todo esse dia.
A avó da B. organizou um jantar surpresa para o avô da B.
O avô da B. ficou feliz por ver a família reunida.
O avô da B. recebeu algo que queria muito: uma guitarra (confirmei, doze cordinhas, todas lá...).
O avô da B. chorou. De emoção.
A avó da B. também.
À B. também deu vontade de chorar.
E aos restantes.
Post Scriptum:
A B. fez o bolo de aniversário do avô.
A B. bailou de pés descalços, na rua, nessa noite.
E dormiu melhor...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Telefonema...
Hoje já nem consigo escrever mais. Amanhã. Amanhã...
Do coração. E OUTROS DEMÓNIOS.
Afastei-me vagarosamente. A ferida aberta. A dor. Lancinante. Corri, na tentativa vã de lhe fugir. Caí. Os joelhos nus nas pedras do chão. No pó da estrada. E só aí... chorei. Sem soluços. Apenas lágrimas que pisavam as folhas e trepavam pelos ramos que me secaram na alma, apenas lágrimas que me saíam pelos olhos, rebolando cintilantes pelas faces. Quentes. Salgadas. Doridas. Levantei-me a custo, sacudi o vestido. Tentei respirar fundo, mas o ar não me enchia o peito. Cada vez que tentava fazê-lo, era um murro no peito vazio. Olhei para o horizonte. Para onde iria? Estava perdida.... Tinha esquecido o caminho de casa.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Bem-hajas...
Há pessoas assim. Daquele tipo de pessoas que vão entrando de mansinho pela nossa vida e se ancoram no fundo da nossa alma. Chegaste devagarinho. Mas vieste para ficar. Tens sido uma amigo valente, querido P.. Tens sido a única pessoa capaz de fazer com que lamba lágrimas do rosto com um sorriso na boca e nos olhos. Consegues perceber a minha sede insaciável de infinito, que é também a tua.
Bem-hajas.
... por te preocupares comigo;
... por me acompanhares nas noites de insónias;
... por me desejares um bom dia, mesmo quando ainda estou a dormir;
... por me mimares;
... por seres generoso;
... por sentires as tuas dores e também as minhas;
... por me deixares ser um porto de abrigo para as tuas mágoas;
... pelas palavras que escreves; pelas que dizes e pelas que calas mas que eu leio nas entrelinhas;
... por partilhares dores e sorrisos;
... por me arrancares gargalhadas tão sonoras com certas "trapalhadas" que te acontecem (o meu vizinho deve pensar que sou louca por rir sozinha);
... por pores no meu nome algo doce (só tu me tratas assim).
Bem-hajas por existires e fazeres parte da minha vida. É uma honra.
domingo, 23 de agosto de 2009
Deixa-me morrer ou viver. Em ti.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Que seria?
As palavras falham-me. Sinto a cabeça a latejar, vazia, ou então, demasiado cheia. Tão cheia que os meus dedos trôpegos não conseguem acompanhar a velocidade dos pensamentos que a percorrem. Nem escrever consigo e deixo-me embalar numa apatia que me faz doer a pele, a carne, os ossos e tudo cá dentro.
O passado fim-de-semana teve acontecimentos únicos de tão fantásticos mas o desfecho do mesmo continua a chicotear-me o corpo. Voltei a ter insónias. As poucas horas que durmo entregam-se a pesadelos que não consigo evitar quando os olhos fecham. Os comprimidos cor-de-rosa permanecem na mesinha de cabeceira.
O cansaço era imenso, é verdade. Era quase dia, tão dia, que a claridade já feria os olhos depois de um dia e uma noite a dançar no meio do pó. A viagem não seria assim tão longa até chegar a casa. Duas horas e meia, três no máximo. Mas os olhos deixaram-se trair pelo sono. Fecharam-se dois segundos. E aquilo que me lembro é do primeiro embate, o arrastar do carro pelo muro, como que em câmara lenta. Não penso em mais nada. Apenas pergunto a mim mesma: se em vez do muro estivesse um precipício; se em vez daquela estrada, o carro seguisse numa auto-estrada a alta velocidade...
QUE SERIA?
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Ondas de palavras.

Eu sei que cada palavra minha é como uma onda que se forma nas entranhas do mar e se atira contra penhascos imponentes, morrendo-lhe nos braços frios. Mas a morte de cada onda faz nascer outra e mais outra e elas nunca acabam. Nenhuma vive duas vezes da mesma forma. Cada uma se resigna a um fim violento e deixa-se levar de regresso ao local de onde partira, num lamento que é quase um murmúrio. Apenas uma nova onda terá força para tentar o que outras não conseguiram. Até que, também esta, se rende, cansada, conhecendo de antemão o fim anunciado e enevitável. E tudo acalma. Aparentemente.
Calo as palavras. Faço-as apaziguarem-se, espalhadas de forma desordenada pela alma e peço silêncio. Tapo-lhes a boca, mesmo que tentem morder-me a carne e me exijam serem ouvidas. Não é tempo. Não é o momento. Quando, finalmente, as liberto, soltam-se com fúria incontrolável e é aí, só aí, que elas falam de mim, de dentro de mim, sem que possa evitar o que dizem.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Loucuras...
É o, tantas vezes, não saber...
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
O verdadeiro elogio. Ao amor.
domingo, 2 de agosto de 2009
Não sei se vale a pena...

Não sei se vale a pena. Esta vontade de nada prende os músculos e vai pintando a negro os sonhos. É como se o desalento agarrasse num lápis de carvão e começasse a cobrir com linhas escuras todas as outras cores.
Não sei se vale a pena. Não me apetece. O vizinho dá-me os bons dias a meio de um sorriso e custa-me responder-lhe. Passo ao lado da esplanada de um café e quase sinto inveja. Vários jovens, riem e falam de tudo e de nada de uma forma despreocupada. Semeiam sonhos no fundo de uma garrafa de cerveja. Não me apetece nada... Sigo o caminho de casa sem parar.
Nem sei se tudo isto é real. Perco a conta ao número de cafés, acendo (mais) um cigarro. Sinto-me errante. Deslocada. Da varanda vejo telhados, luzes através das janelas de outras casas. Que estarão a fazer? Será que, tal como eu, têm insónias? A rua está adormecida. A velar-lhe o sono, apenas os candeeiros que se espalham por entre as casas.
Um manto escuro apagou as estrelas e eu só quero (conseguir) adormecer.
Eu sei que vou passar a vida toda à tua espera. Não sei se vale a pena. Eu sei que não virás. Não sei se vale a pena...
Vale a pena?
quarta-feira, 29 de julho de 2009
A imagem... da inocência.
A imagem vale apenas por aquilo vale. Vale pelo momento. Vale por não ter sido um momento "criado" propositadamente pelo fotógrafo (pelos vistos nem tempo teve para tirar o flash da mochila), mas por este ter sido rápido o suficiente para não deixar escapar algo tão doce. Estas coisas não se repetem. E acreditem que ao olhar a fotografia se sente o cheiro das pipocas coloridas e pode ver-se a nuvem de algodão de aspecto delicioso que se vai formando, para depois se colar aos dedos e desfazer na boca.
Mais abaixo, sentada no chão, a inocência. Desarmante. Rara. Algo inquietante. A descoberta. Sinto-me novamente uma menina pequena.
Pouco mais haverá a dizer. No fundo, quase receio que qualquer palavra possa estragar o momento.
Basta. É um lugar comum, mas, não raras vezes, uma imagem ainda continua a valer por mil palavras.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Um sopro.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Devia...?

Na verdade, devia muitas coisas. Devia pensar menos. Devia sentir menos ainda. Devia ter um ar mais acessível, de forma a não afastar a maioria das pessoas que se cruzam comigo. Devia confiar menos naquelas a quem permito uma aproximação. Devia estar menos tempo sozinha; a solidão torna-se viciante, corroedora de tempos e sentidos. Devia acabar de ler o livro que permanece ao lado da cama há mais de um mês. Devia mudar os meus cactos para os vasos maiores que comprei há quinze dias. Devia cozinhar mais, mesmo que me custe fazê-lo só para mim. Devia tratar da roupa hoje; o guarda-fatos vai ficando vazio e a roupa amontoa-se no cesto para a roupa suja e no cesto da roupa por engomar...Devia... mas o meu tempo não dá para tanto.
Devia reservar mais tempo para mim. Devia desligar os telemóveis e o despertador.
As horas que o raio do dia tem (mas quem é que se lembrou que o dia só haveria de ter vinte e quatro horas?) são poucas. Os meus amigos reclamam a minha atenção; exigem de forma doce a minha presença em jantares, festas ou numa simples conversa com cheiro a café. Não posso dar-lhes tanto, não consigo. Falho vezes sem conta, adio encontros, digo que talvez para a próxima dê. Quando consigo arranjar um "buraco" vou. Esqueço o cansaço; desmarco planos; calo a cama que me chama lânguidamente, vou mais logo, o descanso pode esperar mais umas horas. Camuflo olheiras, arranjo-me o melhor que consigo, porque continuo a reservar tempo para fazê-lo como se de um ritual se tratasse. Escolho a roupa meticulosamente e nunca dispenso os sapatos de salto agulha mesmo que os pés me implorem algo diferente. E nesse momento esqueço tudo. Visto-me de outra pessoa. Saio de casa e sorrio, porque aquelas horas são minhas e daqueles que tanto negligencio. Falo, escuto, rio, sorrio, choro, danço, bebo martini's. Confundo-me com as luzes e outros corpos anónimos. Sinto o corpo suado, a roupa colada à pele e o cabelo colado às costas. Não importa. Um miúdo mete conversa comigo mas não ouço; manda para o ar um Ai és tão gira, posso conhecer-te; e a partir daí não escuto mais nada. A falta de originalidade deixa-me entediada. Troco olhares com desconhecidos. Não quero ninguém. Já é dia. Vou para casa sozinha, com os olhos a pedirem óculos de sol e sinto-me bem. Lavo a cara, o corpo e a alma e nem me lembro de adormecer. Acordo, longas horas depois, com ressaca. Apesar de tudo, tenho a firme certeza, batendo no peito, de que são estas coisas que me vão dando força para continuar no mesmo ritmo.
Devias abrandar o ritmo. Devias arranjar alguém. Ela tem razão, devia. Talvez, mas não hoje, não amanhã. Talvez no outro dia...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
De sal... ou outra coisa.

Enrodilhamo-nos.
Eu e tu. Perto.
O grito enfurecido do mar enrocado
é colhido nas voltas das vagas...lá longe...
Um enredo de cheiros na tua pele e na minha.
Acordo. Abro os olhos.
O tecto.
Branco. Vermelho. Negro.
Silencioso.
Duas lágrimas, roliças. Salgadas. Brandas.
Não eram de tristeza. Mas não sei do que são...ainda.
Um novelo sem ponta solta.
(Des) canso-me de sal.