quarta-feira, 29 de julho de 2009

A imagem... da inocência.

Não tenho por hábito falar de terceiros neste "espaço" . Ou, pelo menos, não costumo identificá-los. Mas desta vez não resisto. Num passeio por blogues alheios encontrei uma fotografia absolutamente fabulosa. Não conheço o fotógrafo pessoalmente, confesso. Não percebo nada de fotografia. Mas fica o meu agradecimento ao José Carlos Marques (o fotógrafo) pela partilha.
A imagem vale apenas por aquilo vale. Vale pelo momento. Vale por não ter sido um momento "criado" propositadamente pelo fotógrafo (pelos vistos nem tempo teve para tirar o flash da mochila), mas por este ter sido rápido o suficiente para não deixar escapar algo tão doce. Estas coisas não se repetem. E acreditem que ao olhar a fotografia se sente o cheiro das pipocas coloridas e pode ver-se a nuvem de algodão de aspecto delicioso que se vai formando, para depois se colar aos dedos e desfazer na boca.
Mais abaixo, sentada no chão, a inocência. Desarmante. Rara. Algo inquietante. A descoberta. Sinto-me novamente uma menina pequena.
Pouco mais haverá a dizer. No fundo, quase receio que qualquer palavra possa estragar o momento.
Basta. É um lugar comum, mas, não raras vezes, uma imagem ainda continua a valer por
mil palavras.
 
 

Fotografia de José Carlos Marques
Página Pessoal: www.josecarlosmarques.com

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Um sopro.


A memória que guardamos daqueles que, por livre arbítrio ou infortúnio daquilo a que chamamos destino, se ausentaram de nós nem sempre é nítida. Esbate-se nos compassos do tempo e, aí, deixamos de conseguir recordar com os olhos para passarmos a recordar com o coração. Apertado.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Devia...?

Devias abrandar o ritmo, diz ela com tom preocupado. Pois. Sim, devia, penso eu.
Na verdade, devia muitas coisas. Devia pensar menos. Devia sentir menos ainda. Devia ter um ar mais acessível, de forma a não afastar a maioria das pessoas que se cruzam comigo. Devia confiar menos naquelas a quem permito uma aproximação. Devia estar menos tempo sozinha; a solidão torna-se viciante, corroedora de tempos e sentidos. Devia acabar de ler o livro que permanece ao lado da cama há mais de um mês. Devia mudar os meus cactos para os vasos maiores que comprei há quinze dias. Devia cozinhar mais, mesmo que me custe fazê-lo só para mim. Devia tratar da roupa hoje; o guarda-fatos vai ficando vazio e a roupa amontoa-se no cesto para a roupa suja e no cesto da roupa por engomar...Devia... mas o meu tempo não dá para tanto.
Devia reservar mais tempo para mim. Devia desligar os telemóveis e o despertador.
As horas que o raio do dia tem (mas quem é que se lembrou que o dia só haveria de ter vinte e quatro horas?) são poucas. Os meus amigos reclamam a minha atenção; exigem de forma doce a minha presença em jantares, festas ou numa simples conversa com cheiro a café. Não posso dar-lhes tanto, não consigo. Falho vezes sem conta, adio encontros, digo que talvez para a próxima dê. Quando consigo arranjar um "buraco" vou. Esqueço o cansaço; desmarco planos; calo a cama que me chama lânguidamente, vou mais logo, o descanso pode esperar mais umas horas. Camuflo olheiras, arranjo-me o melhor que consigo, porque continuo a reservar tempo para fazê-lo como se de um ritual se tratasse. Escolho a roupa meticulosamente e nunca dispenso os sapatos de salto agulha mesmo que os pés me implorem algo diferente. E nesse momento esqueço tudo. Visto-me de outra pessoa. Saio de casa e sorrio, porque aquelas horas são minhas e daqueles que tanto negligencio. Falo, escuto, rio, sorrio, choro, danço, bebo martini's. Confundo-me com as luzes e outros corpos anónimos. Sinto o corpo suado, a roupa colada à pele e o cabelo colado às costas. Não importa. Um miúdo mete conversa comigo mas não ouço; manda para o ar um Ai és tão gira, posso conhecer-te; e a partir daí não escuto mais nada. A falta de originalidade deixa-me entediada. Troco olhares com desconhecidos. Não quero ninguém. Já é dia. Vou para casa sozinha, com os olhos a pedirem óculos de sol e sinto-me bem. Lavo a cara, o corpo e a alma e nem me lembro de adormecer. Acordo, longas horas depois, com ressaca. Apesar de tudo, tenho a firme certeza, batendo no peito, de que são estas coisas que me vão dando força para continuar no mesmo ritmo.
Devias abrandar o ritmo. Devias arranjar alguém. Ela tem razão, devia. Talvez, mas não hoje, não amanhã. Talvez no outro dia...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

De sal... ou outra coisa.

Fotografia de Paulo Madeira. Esta e outras (fantásticas) em www.olhares.com/moss ou www.paulomadeira.net

Enrodilhamo-nos.
Eu e tu. Perto.
O grito enfurecido do mar
enrocado
é colhido nas voltas das vagas...lá longe...
Um enredo de cheiros na tua pele e
na minha.
 
Acordo. Abro os olhos.
O tecto.
Branco. Vermelho. Negro.
Silencioso.
Duas lágrimas, roliças. Salgadas. Brandas.
Não eram de tristeza. Mas não sei do que são...
ainda.
 
Um novelo sem ponta solta.
(Des) canso-me de sal.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A estranha em mim.


Tic tac, tic tac... Assim decorrem os dias. Sempre iguais, monótonos, rotineiros. Tento lembrar acontecimentos, mas aquilo que me chega é difuso. Não mais são que fragmentos de imagens desordenadas, tremidas e distantes, embutidas em tela preta, de uma vida que nem sei ser minha. Olhando para elas, não me vejo. Não sei se seria outra pessoa que agora não sou, se me imagino agora de outra forma e o meu eu ficou para atrás. Tic tac, Tic tac... Compassado, ausente de flutuações, quase que me embala o corpo cansado e dorido. Sentir esta mutação constante, esta existência alienada, esgota-me. Tic tac, tic tac... Por momentos, desejo-me assim, sem oscilações, como o relógio que bate sempre na mesma cadência e, salvo alguma falha humana, não erra. Tic tac, tic tac... Encosto-o de encontro ao ouvido e deixo-me adormecer. Já não sei de mim. Se ao menos eu fosse minha... Sinto-me uma estranha em casa.No dia seguinte, o cão do vizinho ladra.
Não me reconhece.
29 de Maio de 2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Quedas.

Numa coisa sou parecida com os gatos...
A minha gata, Miss P. Lady.

...posso cair mas, quando caio, caio sempre de pé.



sexta-feira, 17 de julho de 2009

Regresso.


Poucas coisas serão mais felizes do que o regresso...



a casa.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Será mesmo?

in the cut




A solidão não ladra...



mas morde.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Só... por esta noite.

Só por esta noite...
Adormeço-me nos teus olhos.
Deixo que me embales os medos e me rasgues as fragilidades.
Só por esta noite...
Permitirei que me digas que me queres sempre e eternamente
Mesmo que eu conheça a dor de saber que tudo é finito
Só por esta noite...
Não penso em nada.
Não me despeço enquanto dormes nos lençóis de um quarto que nem reconheço.
Só por esta noite...
Não te dou um último beijo.
Saio em bicos de pés.
Fecho a porta de mansinho
Com medo que o bater da mesma ecoe na minha alma.
Só por esta noite.
Não olho para trás.
Haverão outras noites.
Haverão outros lábios.
Haverá outro corpo suado em meu corpo.
Haverá.
Haverão.
Outra noite.
Outras memórias.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Tanto querer...

Fotografia de José Cortez.

É verdade. Às vezes aconchego-lhe a roupa. Gosto de o fazer.
E ela é infinitamente pequena e eu sou grande, muito grande, e as minhas mãos agarram o mundo que lhe caiu aos pés. Sustenho, nos ombros, o peso que ela carrega e que é demasiado grande para um corpo tão cansado.
É verdade. Às vezes apetece-me chorar com tão bem que lhe quero. É tanto, tanto, que me parece demasiado. Sinto o coracão inchado, ensopado em tanta ternura. E quase sufoco de pensar que um dia não poderei sorrir-lhe com os olhos.
É verdade. Ela não é minha. Eu, dela não sou. Mas somos uma da outra.

Obrigada, A. Pela inspiração. Pelas palavras. Não revelo o teu nome, porque não gostas, mas fica o agradecimento. Espero que o entendas...

A dor de ser.

Estas e outras fotos em: http://www.yunphoto.net/pt/

As palavras explodem-me na boca.
Às vezes sinto-me velha. Cansada. Crestada pelo tempo.
Penso. Dói.
Não digo. Dói.
Dói-me cada palavra que me morre na garganta.
Reviro o mundo.
Contrario vontades.
Mantenho os pés assentes. No céu.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Outra vez. Assim.

Os mais atentos perceberão...
Este post é uma repetição. Simplesmente, há sentimentos que insistem em perseguir-me e, pelos vistos, não consigo ver-me livre deles. Ao que parece, também não consigo arranjar novas palavras para traduzi-los. Talvez seja apenas preguiça. Talvez seja outra coisa. Talvez consiga escrever algo novo. Noutro dia. Hoje sinto-me assim:


A casa parece-me diferente à noite. Deve ser este silêncio que a enche de vazio. É nestas noites que me sinto sozinha, é nestas noites que engolem os dias que sinto saudades do que nunca tive. É nestes momentos que sinto aquela pequenez de que tanto falo. Nunca apreciei qualquer tipo de dependência, mas sinto que essa ideia me atormenta em cada noite que adormeço com a solidão inquieta a bater-me no peito... Não quero perder a doçura de quem acredita em amores eternos, não quero crescer nunca. Não quero deixar de acreditar, não quero sentir medo e ter que proteger-me de mim e dos outros. Quero continuar a sujar a cara com gelado de morango ou de chocolates que se derretem nos dedos e na boca. Quero passear de mãos dadas, olhar para as estrelas e pedir desejos em segredo. Quero ler e fazer planos a dois. Partilhar refeições e bolos, risos e sorrisos, pele e carne, cheiros e toques. Quero trocar beijos envergonhados e fugidios na sombra de um banco de jardim e olhares cúmplices e carregados de desejo no meio de uma multidão. Quero alguém com quem entardecer e arder na réstia de luz calada que entra timidamente pelas janelas. Quero encher este silêncio escondido nas paredes com beijos e o nosso cheiro, o teu e o meu. Quero noites de fogo nunca adormecidas e manhãs de domingo despreocupadas e lânguidas. Quero sentir que tenho alguém e sentir-me desse mesmo alguém. Quero adormecer cheia de cansaço e com a firme certeza que amanhã continuarás aqui, em casa e a respirar-me no peito, sem preocupações. Quero viver rotinas contigo e saber que estaremos sempre em casa, desde que estejamos juntos. Quero namorar, sempre, por mais tempo que passe, por mais que sinta os olhares desaprovadores na pele, eu quero namorar, sempre. Os adultos esquecem-se de namorar... Isto de termos que nos comportar de determinada forma consoante a idade é verdadeiramente limitante. Não quero crescer nunca. Mesmo.
15 de Junho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

Vícios...

24 horas.

22 cigarros.
7 cafés.
9 martini 's (rosso, sem limão, com uma pedra de gelo, s.f.f.)

Nada mais a acrescentar.
Há coisas que nunca mudam.
E vou mesmo é dormir, que o meu mal é só sono. Ou não...

sábado, 11 de julho de 2009

O medo do medo.

Ontem adormeci pequenina e hoje acordei encolhida em mim mesma.
Tolhida pelo medo. Como um pássaro assustado que nunca voou ou que tem de voltar a voar depois de uma queda na qual partiu uma asa.
Hoje acordei pequenina mas grande demais. Cheia de incertezas corroedoras da alma e medo... aquele medo... O que chega quando já toda a gente se foi embora. Aquele que se senta no nosso colo, quando a casa está vazia e a única coisa que a enche é o silêncio, tantas vezes desconfortável, de quatro paredes.
Nao tenho medo por hoje... mas temo pelo que virá, um dia. Tremo por dentro. Tenho receio que este silêncio não passe e, em vez de uma visita indesejada, se torne num inquilino a tempo inteiro. Receio que as pessoas se tornem apenas sombras que não mais reconhecerei e eu passe a ser a sombra de mim mesma.
Tentarei não pensar mais nisso. Não penso mais nisso. Por ora.
O medo fica instalado aqui, bem escondido. O medo do medo. O medo de envelhecer. Sozinha. Em silêncio.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Aquilo que não sabes.


Há tantas coisas que tu não sabes...
Não sabes que às vezes sou pequena.
Não sabes que hoje tive novamente cinco anos.
Não sabes que hoje dancei num rodopio sem fim...
Não sabes que hoje masquei pastilhas que deixam a boca azul.
Há tantas coisas que não sabes...

Nem sabes que te quero... assim.
Em mim.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ainda...



Eu sei que não me sentes. Não me sentes, eu sei.


Mas o ar continua a fazer remoinhos e ainda sinto o teu sopro no peito. Brando e violento.


Nú. Meu.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Príncipes... mas pouco.


Há duas espécies de sapos...

Os que nunca deixarão de ser sapos e os que nunca chegarão a ser príncipes.

Afinal, talvez não passe da mesma espécie.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Doce, Docinho.


Ela: B, porque é que vives sozinha?

Eu: Sabes, F, as pessoas grandes não podem viver com os pais para sempre. Têm que ter a casa delas.

Ela: Então e porque é que não tens namorado?

A esta é fácil responder.

Eu: Porque o príncipe da B ainda não chegou, minha querida.

Ela (incrédula): Mas não há príncipes!

Eu: Há sim senhor! O namorado da Cinderela era um príncipe...

Ela (muito séria): B, ISSO é na história. Só há príncipes nas histórias. Não sabias?


Às vezes, esta miúda consegue ser mais crescida do que eu...

domingo, 5 de julho de 2009

Há-de chegar um dia...

Há-de chegar um dia...
em que a noite romperá o céu com rasgos de luz,
anunciando o fim inevitável de todas as coisas.
Há-de chegar um dia...
em que o vento se arrastará indiferente ao que fica para trás
e a luz, trémula, encolhida perante o seu bafejar,
se apagará.
Há-de chegar um dia...
em que a imagem que vê no espelho se curvou aos anos
e já não se reconhece naquilo que foi noutros dias.
Há-de chegar um dia...
em que a velhice se cola na carne, entranha nos ossos e rói a alma,
deixando em seu lugar pequenas memórias desordenadas
daquilo que já não é.

Há-de chegar esse dia.
Quando não houver mais em que acreditar.

sábado, 4 de julho de 2009

A eternidade de um momento.

Ele esqueceu
ela esqueceu
e ninguém mais lembrou


do tímido cair do dia no horizonte
das mãos desnudadas, sedentas de pele
do respirar agitado do corpo
do cansaço entregue ao sono,
deitado num leito de vagas de espuma


Por um momento eterno
ele a amou
ela o amou
eles se amaram

Soltaram as amarras
e o amor partiu ...

Sozinho.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O silêncio das palavras.


E ela dizia tudo em silêncio.
Mordia cada pedaço de palavra
contida,
rasgada no peito,
desenhada em folhas amareladas do tempo,
brotada na brevidade de um olhar.
Assim, tudo ela dizia e nada poderia dizer.
Acordava vontades adormecidas,
sacudia o coração inquieto
e cada palavra ébria que não dizia era uma
onda,
lançada de encontro a penhascos insolentes.
Nada diria...
Mas se algo pudesse dizer...
Cada palavra surgiria dançando na música melodiosa e triste da alma,
E o canto dos rouxinóis,
seria o seu mensageiro,
viajando num barco de papel.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A guerra dos sexos, Take1

Hoje é um dia muito importante para mim, caros colegas. E vocês perguntam: porquê?
Passo a explicar. Descobri hoje que tenho uma Margarida Rebelo Pinto dentro de mim. Às vezes não me apetece ser profunda. Às vezes apetece-me ser sarcástica. Apetece-me e pronto. Gosto do verbo apetecer e gosto de analisar as relações entre as pessoas, ou entre os sexos opostos. Posso?

Um casal (como tantos outros):
Ele: Querida, não te importas mesmo que eu vá sair com eles um bocadinho, pois não?
Ela: Claro que não!
O que ela está a pensar neste momento não é propriamente aquilo que lhe saiu da boca para fora. É qualquer coisa do género:

Claro que me importo, meu grande estúpido. És uma besta. Vais para os copos com os amigalhaços e eu fico em casa sozinha, para variar. Não vou dormir enquanto não chegares, mas quando te deitares finjo que durmo profundamente. Amanhã acordo com as mesmas trombas com que me deito hoje e, quando me perguntares o que tenho, respondo-te que não tenho nada. E se pensas que vais ter sexo nos próximos dias, podes tirar daí o cavalinho da chuva. Vou andar, pelo menos, três dias cheia de dores de cabeça e cansadíssima. Portanto, achas mesmo que eu me importo que vás sair?

E pronto, é isto. Uma ou outra menina deve estar a pensar neste momento: mas esta gaja está a dizer mal das mulheres, quando é uma delas? Pois, efectivamente sou mulher e gosto de ser mulher, mas há coisas que não suporto nas mulheres. Para quem possa estar a pensar que eu não regulo bem (efectivamente não regulo, mas isso fica para outro post) aqui vai a minha linha de pensamento, nua e crua:
o facto de o "seu" homem querer sair com os amigos dele de vez em quando, sem ter que a levar atrelada, não é drama nenhum. Eles gostam de sair juntos. Falam de carros, motos e das gajas boas que não podem comer, porque encontraram a mulher da vida deles e não querem outra. Isto se for um gajo sério e que a ame realmente. Por isso, amiga, que tal se também saisse? Não tem os seus próprios amigos? Obviamente que sim, não é? Então, toca de vestir algo bem feminino e que a faça sentir bem, calçar um sapatinho de salto alto e ir divertir-se com os seus amigos! Claro que terá que encontrar outro espaço para estar com os seus amigos, que não o espaço onde o seu amado está com os dele. O objectivo é não estarem juntos, certo? Acabará por divertir-se e sentir-se-á melhor consigo mesma. O "seu" homem agradece a sua atitude, a sua auto-estima também e a relação só sai a ganhar. Com alguma sorte, ainda acabam a "festa" em casa. Desta vez, juntos.

post scriptum:
Castigar o pobre rapaz com abstinência? Indecente, no mínimo. Assim saem os dois a perder.
Pode sempre optar por relegar-lhe todas as tarefas domésticas por uns tempos...


Insignificâncias #9

Tudo flui

Todos os dias há um Sol novo.


Para quem entrar no mesmo rio, outras são as águas que correm por ele.

Heraclito ( séc. VI-V) (fgr.6/ frg. 12 Diels)

Eu até nem sou uma gaja má...

Pronto, para não ficarem com uma má impressão de moi même, e como eu sou queridinha, vejam lá isto:

You Are Salty
There's something about you that makes the world a better place.
You make life more colorful, more flavorful, and more vibrant.
You get along well with others. You always have something to add.
Without realizing it, people can become very addicted to you.
Antes de ter feito o quizz (nem sei o que me deu para andar nestas parvoíces, mas enfim), pensava que o meu sabor fosse assim para o doce, com a quantidade de guloseimas que como por dia... Mas salgado também serve.

Mal e porcamente.

Agora desci realmente o nível. Mas, às vezes, neste tipo de merdas tem mesmo que ser. É por isso que invejo os homens e a relação que têm entre eles. Não é, pois, de admirar que grande parte dos meus amigos seja do sexo masculino. As mulheres, em geral, são demasiado mesquinhas. Não acho de bom tom receber um comentário, no qual sou subtilmente criticada, em tom jocoso, por uma senhora que, para além de não me conhecer, não tem sequer a coragem de se identificar.
Resta, pois, dizer que não costumo ligar a este género de picardias. Regra geral, ignoro, passo ao desprezo, mas ri-me tanto que não resisti.

O meu direito de resposta!

Minha cara anónima:

adorei receber o seu comentário. Fiquei tão contente de o receber que nem vou apagá-lo para que todos os bloguistas possam apreciá-lo da mesma forma que eu.
Tenho só uns pontinhos para deixar bem assentes:
1- pessoas que não se identificam, ou que o fazem como anónimas, dão-me voltas ao estômago, vómitos para ser mais explícita, porque não passam de cobardes;
2-não tenho frustrações, felizmente. Sou uma mulher bem resolvida;
3-sugiro-lhe que releia o meu post, não deve tê-lo percebido. Se o ler atentamente, não deve ser de difícil entendimento para alguém tão inteligente como você, minha querida;
4-se se sentiu assim tão incomodada com o post, talvez faça parte do rol de mulheres que critico nele (não generalizando, obviamente);
5-nem gosto de Margarida Rebelo Pinto, mas se me acha parecida, pois que seja, aguento bem as críticas. Então de pessoas anónimas, melhor as aguento;
6-talvez me dedique à literatura light;
7-a colega bloguista parece um bocadinho frustrada;
8-há quanto tempo não faz sexo???
Post Sciptum:
postarei mais um textinho muito ao estilo Margarida Rebelo Pinto, sei que irá gostar. Ainda não caí para o lado, felizmente. No máximo fico com umas ligeiras dores nos pulsos, mas nada que uns comprimidos não resolvam.

Eu é que agradeço! :)
Beijinhos minha querida e volte sempre!

A melhor do dia! :)) Alguém quer responder?

Vejam o comentário que acabei de receber a um texto meu. É tão bom, tão bom, mas tão bom,que não resisto a postá-lo. Deliciem-se:

Anónimo disse...
Cara colega bloguista:Este seu texto não me surpreende de forma alguma, imagino o que a senhora esteja a passar, algum trauma do passado, sentindo-se frustrada no que diz respeito aos homens. Mas noto em si um potencial, a próxima Margarida Rebelo Pinto. Devia escrever um livro. Dedique-se a este seu talento e escreva, escreva até cair para o lado.Vou seguir atenta e religiosamente os seus textos. Creio que ainda vou ouvir falar de si.Colega continue a sua escrita e até ao próximo texto.Obrigada
2 de Julho de 2009 11:42

Alguém quer responder?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Insignificâncias #8

Como homem que és, erraste. Não é para admirar.

Menandro (Séc. IV-III a.c.) (Fânion, frg. 432 Korte)

Errare humanum est.

O que me apetecia...

O que me apetecia mesmo...

Observação (in)útil: a fotografia foi tirada por mim, sim senhor!

É mais ou menos isto. Eu sei que estamos em pleno Verão (hoje é dia 1 de Julho para quem não se recorda), esteve um dia perfeito, mas apetece-me mesmo...

E eu até gosto de calor e sol, se tiver uns bons metros quadrados de água por perto; prefiro a roupa de Verão à de Inverno e não ter que usar botas agrada-me bastante. Mas não consigo evitar...

Às vezes só me apetece isto, um dia de Inverno. Uma lareira, um livro, uma camisola de lã fofinha, um chocolate quente a aquecer a garganta e uma garrafa de vinho no frio. As noites são mais tranquilas, aconchegantes e, quando chega a hora de dormir, adormeço melhor.
Acho que só tenho um remédio: esperar...

Para todos os bloguistas.

Começo por dizer que hoje estou emotiva e este post (ridículo?) é para todos os bloguistas. Desde que escrevi a primeira composição na escola primária (guardo-as todas religiosamente), o acto de criar, de escrever, passou a andar de mãos dadas comigo. Mas, por alguma razão que me é alheia e ainda não entendi até agora, quando deixei de estudar, fui-me perdendo desse hábito. No início foi complicado. Entristecia-me a ausência de fluidez das palavras, a falta de agilidade nos dedos. Aos poucos, fui esquecendo... e parei com a escrita, deixei-a adormecer em mim.

Até há poucos meses... Não sei bem como, surgiu uma frase, e depois outra, e mais outra, e elas continuavam a surgir a uma velocidade estonteante e o meu único medo era o de não conseguir acompanhar os pensamentos com os dedos. Passados uns tempos, e por um acaso, encontrei um blog cativante e pensei: porque não? É verdade que sempre tinha tido alguma relutância em dar a ler as minhas linhas, mas desta vez ninguém me conhecia e se fosse tudo uma grande porcaria, paciência. E o blog nasceu. Foi dando os primeiros passos, trôpegos e tímidos, e bem sei que parece precoce ( tem apenas um mês e meio, o pequeno!), mas agora só me apetece enchê-lo de mimos, vê-lo crescer e tornar-se num adulto forte e saudável.

Sou uma menina-mulher de emoções fortes. Vivo delas e para elas. Não é que chore facilmente, mas comovo-me com pouco. Enterneço-me com coisas pequenas e simples, porque as valorizo. E saber que sou "seguida", que há pessoas que perdem tempo a ler o que escrevo e o comentam, enche-me o coração. Todos os blogues têm um bocadinho do seu dono (pelo menos eu gosto de acreditar nisso) e o meu não é excepção. Podem ser palavras, fotografias, desenhos, músicas, tudo acaba por funcionar como uma impressão digital. O meu blog pode não ter tudo aquilo que eu sou, até porque isso não seria possível, mas tudo o que nele coloco é de mim. Está cá dentro, a latejar, de uma forma ou de outra. São desabafos, gritos silenciosos, momentos, imagens, risos e sorrisos. São desenhos feitos de palavras, emoções e sensações. E se antes escrevia apenas para mim, como que para lavar a alma; agora escrevo com força renovada, porque sei que alguém me lê. Não sei se será do passar dos anos (às vezes sinto que tenho 80), mas tudo o que é superficial me desagrada cada vez mais. Prefiro os afectos, a atenção que dispensamos aos outros, a eternidade das palavras e a partilha. Já devem ter reparado que repito vezes sem conta o substantivo palavras, palavras, palavras... Sim, eu sei-o. Faço-o constantemente, mas é só porque elas, as palavras, me respiram na pele e não consigo ser-lhes indiferente.

Não sei se interessa aquilo que escrevo ou se sei fazê-lo. Necessito de o fazer. Redescobri-me na escrita. Não voltarei a perder-me dela. Nunca.

Peço desculpa pelo post demasiado longo, assim a roçar o ridículo, mas como disse no início do mesmo... hoje estou emotiva.

Um bem-haja a todos. Por existirem, em vós e em mim.