No intervalo existente entre aquilo que sou e aquilo que finjo ser, já não sei ser... quem sou....

terça-feira, 30 de junho de 2009
Só para homens :)
Conversa de café
S.: Já reparaste no L. ?
Eu (olhando para o balcão): Hum... Já. Está com mais barriga.
S.: Ahahah! Não é isso! Sabias que ele já comeu as engenheiras quase todas da empresa?
Eu: Quê??? Não acredito! Olha bem para ele... É um sonsinho... Não tem uma conversa decente, pura e simplesmente.
S.: Pois, isso é verdade. Mas um CLK e uma continha bem recheada no banco fazem milagres...
Raios. Fiquei a pensar nisto... E é verdade. Quer dizer, é verdade para algumas pessoas. Ok, ok, não posso mentir... Um topo de gama e uma boa conta bancária podem tornar um homem interessante num homem ainda mais interessante. Mas um topo de gama e uma boa conta bancária nunca farão de um homem desinteressante um homem interessante. Digo eu. Irritam-me profundamente mulheres que se deixem encantar por esse género de coisas. Às vezes assisto a cenas realmente tristes. Num daqueles domingos à tarde em que vamos ao centro comercial encontramos sempre casalinhos apaixonados. Ou não. Não se iludam, as coisas nem sempre são o que parecem. Bom, como estava eu a dizer, num desses domingos assisto a um filme absolutamente fantástico. Um casal de namorados observando montras (bah!).
Ela (pendurada no pescoço dele): Ai amor, adoro aquelas calças, são tão lindas!! E os sapatos? São o máximo! (o olhar dela é meloso, e quer dizer mais ou menos isto: compra, compra, compra!)
Ele: Sim, são. Vamos lá ver.
Entram na loja, ainda agarrados como dois siameses, e eu prolongo o meu cigarro só para confirmar o desenrolar da situação e rir-me mais um bocadinho.
Nâo deve ser preciso dizer que a princesinha saiu da loja com dois ou três sacos. E adivinhem lá quem pagou as compras?! Pois, isso mesmo. Na mouche.
Mas a excursão às lojas de marca não acabou aqui. O casalinho maravilha entrou na loja que estava logo ao lado. Como já tinha acabado o cigarro e já sabia o final do filme decidi ir à minha vidinha e ir ver um filme do qual ainda não sabia o fim.
Só por curiosidade... já no estacionamento, quando estava a entrar para o carro, avisto os dois uma vez mais. Ela carregada de sacos, ele com menos uns euros na conta.
Há alguns espécimes do sexo masculino que ficam admirados quando descobrem que têm um tremendo par de cornos a enfeitar a testa. Pois... É que se, muitas vezes, ela é inteligente e interesseira, ele está cegamente apaixonado, é rico e burro. A conjugação perfeita. E ainda pensam que os burros não têm cornos...
Eu cá continuo sem perceber... Não é que goste deles feios, porcos e maus. Este três-em-um dá-me arrepios. Prefiro-os lavadinhos e educados, se não for pedir muito. Mas um homem sem personalidade; que me faça as vontades todas; que me diga a tudo que sim só para evitar uma discussão; que passe a vida a oferecer-me presentes; que deixe de ter vida própria por minha causa; não me interessa. Nem conseguiria respeitar uma pessoa destas. Isto não me parece um homem. Parece uma nova raça de cãezinhos amestrados. Eu continuo a preferir uma boa "guerra" de vez em quando. Aprecio a capacidade de resposta, a personalidade vincada, a atitude, o carisma, a inteligência.
Uma relação sem um bocadinho de pimenta misturada com açúcar é insonsa. E eu detesto comida insonsa.
E lá volto eu a ficar pensativa... há mulheres que falam muito em emancipação. Falam, falam, mas muitas das que falam são as mesmas que são sustentadas pelos namorados ou maridos. Acaso a emancipação não passará, também, pela independência financeira? Porque é que há-de ser sempre o homem a pagar a conta do restaurante? Isto é apenas um de muitos exemplos... Eu cá prefiro continuar assim, muito obrigada. Independente!
Portanto, homens, digam lá de vossa justiça: este tipo de relação é normal? Os homens não se apercebem quando estão a ser usados?
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Um jardim.
Insignificâncias #6
Há dias em que vale mais não sair de casa... Passei a manhã toda a sonhar acordada com a minha cama. A chuva sabe-me melhor no conforto da minha casa. Como não tenho por hábito usar guarda-chuva ,porque acabo sempre por deixá-lo esquecido em algum lado, o meu cabelo liso-liso deu lugar a ondas... Como se não bastasse, parti uma unha. Grrrrr
Não sou dramática... Sou gaja, e depois?
Ele há cada besta!
- 'Tão minha, que corte de cabelo radical!
Silêncio. Os talheres calaram-se. As conversas cruzadas cessaram. Olhámos para ela, incrédulos, depois trocámos olhares confusos entre nós. Mas o nosso silêncio não demoveu a miúda.
- 'Tão diz lá... 'Ganda maluca, hein? O que é que te deu pa rapares o cabelo?
Silêncio. Sinto o sangue a ferver-me nas veias e começo a filmar...
A esta altura, mando com o prato às trombas da gaja. Faço voo picado sobre a mesa e aperto-lhe o galheto. Soco-a até estar exausta e ela inconsciente sem um único dente para contar a história. As imagens percorrem-me a mente mais rapidamente do que qualquer palavra.
E a estúpida, impertinente, volta à carga:
- Mas rapaste mesmo, mesmo! É que por baixo do lenço nota-se que não tens nadinha!
Estávamos petrificados. Toda a situação era simplesmente constrangedora. Surreal.
Até que, por fim:
- Olha lá, ela está doente!!
E a débil mental foi buscar uma pá, cavou um buraco bem grande e enfiou lá a cabeça. De qualquer das formas não precisava dela, já que não lhe dava grande uso.
- Ah... Não sabia que estavas doente... Peço desculpa.
Se o olhar matasse aquela miúda estava morta. Ninguém lhe respondeu, mas vontade não me faltava:
- Oh minha querida, não fique aborrecida, não? É que, 'tá a ver, o pessoal esqueceu-se de lhe telefonar a avisar que ela está doente. Se voltarmos cá será melhor fazer reserva por telefone e avisar que um de nós tem cancro? Sim, isso. Can-cro. Hum? O quê? Ah pois... bem me parecia.
Este momento que não durou mais do que dois ou três minutos pareceu uma eternidade. Para além de tudo aquilo de mau que a doença acarreta, é complicado gerir situações como esta. Entre amigos falamos abertamente sobre o assunto, damos nomes às coisas. Não temos pudor em pronunciar a palavra cancro. E, felizmente, ela fala com naturalidade sobre a quimioterapia e tudo aquilo que se vai passando no seu corpo. Mas fazê-lo com conhecidos ou estranhos... Fazê-lo com uma miúda que conhecemos apenas de um restaurante que frequentamos, é impensável.
O jantar prosseguiu com a consciência da fragilidade humana dita em voz alta.
domingo, 28 de junho de 2009
(Re)descobertas...
Com todo o gosto.
áristos:
Deleitava-se se tinha um ramo de mirto
ou a bela flor da rosa
e a cabeleira
ensombrava-lhe os ombros e a nuca.
Arquíloco (séc.VII a.c.) (frg.26 Diehl)
Coisa fodida.
Não a amava. Tinha-se habituado a ela.
Ela chegou assim, como uma visita não convidada e foi-se instalando. Ele permitiu. Sentavam-se à mesma mesa, partilhavam as mesmas refeições. Não raras vezes, ela enchia-lhe o copo e deixavam-se ficar em silêncio, na embriaguês da alma.
Não a amava. Tinha-se habituado a ela.
Depositava a cabeça no seu colo e ela afagava-lhe o cabelo. Quando o mundo parecia ser um peso demasiado grande para trazer nas mãos, pousava-lhe a mão no ombro. Passeavam de mãos dadas na rua e deitavam-se na cama que parecia demasiado pequena para os dois.
Não a amava. Tinha-se habituado a ela.
Liam os mesmos livros e ouviam a mesma música, como se fossem a continuação um do outro. Riam e choravam das mesmas coisas. Eram guardadores de tempos e silêncios e viviam na doçura amarga de se saberem, de alguma forma, um do outro.
Mas ele não a amava. Tinha-se habituado a ela.
Ela chegou assim, de mansinho e foi ficando. Foi-se abrindo no peito, rasgando a carne até se tornar numa presença familiar. Lambeu-lhe algumas feridas e secou-lhe as últimas lágrimas quando nada mais havia para chorar. Corria-lhe no sangue, respirava-lhe na pele, comia-lhe os dias vagarosamente. Deu-lhe paz. A paz.
Ele não a amava. Tinha-se habituado a ela.
Quem disse que a solidão não era uma coisa fodida?
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Da alma e outros demónios.
Pesadelo. Alguém sabe interpretar sonhos?
...
Tento descobrir a razão de tamanho pesadelo, passei toda a manhã a pensar nisso... Ainda não cheguei a uma conclusão. Talvez alguém perceba de interpretação de sonhos. Eu não.
...
Ao que sei, o fogo é o meu elemento, mas na água também me sinto bem. Ninguém diria. Com apenas seis anos vivi a experiência de sentir-me afogar. Apesar de ainda não saber nadar, todas as minhas tardes quentes de Verão eram passadas na água, bem à beirinha. Numa dessas tardes, aquele estúpido imaginou (sim, imaginou, que isto de pensar de forma concreta e objectiva não é para todos) que eu sabia nadar e decidiu atirar o meu corpo franzino para um sítio onde não tocaria com os pés no fundo.
Olhos abertos, medo, luta. O sol reflectido lá em cima, na água. Não sei quanto tempo passou. Bastante. Não demasiado, felizmente. Senti dois braços em volta da cintura. Emergi. Tossi, água e algumas ofensas, mas nada me demovia. O medo não era suficientemente forte e passados poucos minutos continuava a chapinhar na água, à beirinha como sempre, com os lábios roxos e o fato de banho amarelo.
Sei que no Verão seguinte já sabia nadar. Não sei como aprendi. Lembro-me que não admitia que me agarrassem na tentativa de me ensinarem. Não sei como aconteceu, mas que aprendi, aprendi. Adoro água, adoro andar debaixo dela até não aguentar mais suster a respiração. De olhos abertos, sempre.
...
As imagens do pesadelo desta noite voltam à minha mente.
Não sei como fui parar ali. Estou em pânico. Não consigo mexer os braços, as pernas não me respondem. A claridade do sol, desmaiada na água, está demasiado longe. No fundo, luzes de uma cidade submersa. A água afoga-me os pulmões em goladas. Tenho que sair daqui. Não consigo respirar, tenho que respirar. Preciso de ar. Preciso de ar... Não pensei mais. Uma doce escuridão começou a embalar-me. Senti-me sonolenta. Queria adormecer...
...
Subitamente abro os olhos. Tenho o cabelo molhado, colado às costas. A respiração ofegante. Ardem-me os olhos e o coração, encolhido, bate contra o peito desenfreadamente.
Foi só um pesadelo, foi só um pesadelo.
Levanto-me, ainda fora de mim, vou para a varanda. Acendo vagarosamente um cigarro e respiro fundo. O fumo sai em espirais contra o céu estrelado. Quase me dói sentir o ar encher-me o peito. As luzes da rua velam o sono das casas adormecidas. Estou acordada. Estou viva.
Foi só um pesadelo, foi só um pesadelo...
terça-feira, 23 de junho de 2009
Haverá sempre outros.
Desafio de hoje.
http://oslobosnaousamcoleira.blogspot.com
Coisas simples.
O que eu gosto mesmo, mesmo a sério, é tudo aquilo a que normalmente não se dá grande valor. As insignificâncias. As coisas vulgares, mas nem por isso desprovidas de importância. A vida vai desafiando a triste ideia de sermos apenas humanos e finitos com essas pequenas coisas tão alcançáveis como desvalorizadas. Eu dou valor. Até a existência mais sensaborona pode ganhar novo fôlego. Basta adoptar a regra dos três S's : sensação, sensacionismo e muita sensibilidade.
Por isso mesmo me atrevo a assumir um compromisso perante o meu próprio blog e quem quiser, de alguma forma, ler-me: postar diariamente sensações. Ou qualquer coisa assim...
Fica aqui o desafio para quem quiser partilhar.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Insónias.
Talvez a tarde de hoje, banhada de água e sol, me tenha cansado o corpo e a mente de tal forma que adormeça pequenina. Em todo o caso, e para que não haja falhas, encherei novamente o copo.
sábado, 20 de junho de 2009
Sempre a mesma m....
É por isso que encontrar um amor correspondido deve ser mesmo uma grande sorte. Melhor do que ganhar o Euromilhões. Ou casar com o Cristiano Ronaldo.
Da minha parte vou puxar o autoclismo. Espero que não faça merda de novo. Não gosto de levar na boca, não gosto mesmo.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Já não há.

E eu serei para sempre uma romântica assumida. Estupidamente romântica. Demasiado romântica para um mundo de fico-contigo-porque-me-dá-jeito. Já não se cometem loucuras por um amor desmedido. Hoje em dia é tudo pensado e planeado, feito de acordos. Acho que continuo a preferir morrer de amor.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Doçuras...

quarta-feira, 17 de junho de 2009
Estou farta.
Farto-me de cozinhar e fazer bolos só para mim e depois comer com o rabo sentado em frente à televisão. Farto-me de tentar ter a casa sempre limpa e arrumada. Farto-me de lavar, estender, apanhar e engomar roupa. Farto-me de ter que me lembrar de pagar as contas e organizar as papeladas todas num dossier ridículo da Mafalda. Farto-me de ouvir sempre a mesma pergunta: "Já tens alguém?". Farto-me de me sentir tão farta que não me apetece fazer nada. Farto-me de adormecer sozinha, principalmente nas noites frias, quando sabia bem sentir dois pés a aquecerem os meus. Farto-me de ser tão independente e, mesmo assim, sentir vontade de que alguém cuide de mim, só para variar. Farto-me de ver a minha casa vazia. E o coração tão cheio... Farto-me de ser sozinha. Eu e a minha gata.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Cala-me a voz.

segunda-feira, 15 de junho de 2009
Quero.

sexta-feira, 12 de junho de 2009
O tempo não tem tempo.
Recomecei a usar relógio de pulso apenas de há uns anos para cá... Tudo porque, de cada vez que o usava, sentia que ele teimava em apressar-me para algo que não queria que chegasse, evaporava minutos que queria viver para sempre ou, simplesmente, não avançava para algum momento que ansiava que acontecesse. Daí até se tornar um vício olhar para os três ponteiros no mostrador, foi um passo. Passava a vida, suspensa na ansiedade, de olhos postos no pulso, observando cada deslizar cadenciado até que, a muito custo, consegui manter com aquele engano engenhoso uma relação mais saudável.
Nas minhas certas incertezas sei, agora, que o tempo é eterno e se move em círculos. Traz, leva e, muitas vezes, devolve aquilo que arranca de nós à socapa, qual caçador furtivo à espera da melhor oportunidade para apanhar a presa desprevenida.
Aprendi a apreciar os instantes que antecedem algo que eu quero muito que chegue... o batimento cardíaco acelerado, a garganta seca e a cabeça produzindo mil imagens que de tão desejadas se tornam reais. Consigo, agora, aproveitar a brevidade de momentos em que um olhar indiscreto e inquieto diz tudo, sem angustiar-me com o inevitável fim. O olhar, esse, guardo-o na escassa eternidade de que me faço e, por isso, sobrevive ao avançar galopante do tempo. Diz-se do momento ser o mais breve período em que o tempo pode dividir-se. Eu digo, esse momento poderá ser o mais duradouro de todos, dentro da sua curta duração. Já não penso nas noites que comem os dias impiedosamente, porque os risos e sorrisos, os olhares cúmplices sobrepõem-se à triste ideia de finito. E isso chega para que tudo se sustenha. Embrulho cada pedacinho de cada momento em papel colorido, porque um dia estaremos demasiado velhos para dizer piadas sem sentido e viveremos de memórias. Redescobriremos, então, cada um deles no pó de tempos passados, mas que permanecem tão presentes agora como naquele lapso de tempo. Neste tempo não há tempo. Neste tempo, ausente de si mesmo, deixo apenas que os meus sentidos naufraguem em instantes que carregarei comigo, eternamente.
Acho que voltarei a esquecer-me de usar relógio...
Aguarda-te ao chegar.

Sinto que o tempo tarda em chegar
Distante, ausente, sinto apertar
O peito ardente por te encontrar
Na minha alma que anseia urgente
Pelo momento de ter-te presente
P'lo infinito, estendo os meus olhos
Um mar de mil desejos, aguarda-te ao chegar
Encho a minha taça vazia
Com perfumes de poesia
Bebo a saudade amarga e fria
E então adormeço ao luar
Calas-me a voz p'ra lá do tempo
Estrelas que caem por um lamento
Espumas na areia, solta no vento
O meu silêncio, meu sentimento
Em minha alma que chora vazia
Por um momento se acende a magia
P'lo infinito estendo o meu sorriso
Num mar azul de sonhos
Acorda-me ao chegar...
Encho a minha taça ardente
Com o incenso doce e quente
Sirvo de beber à alegria
Que sinto ao ver-te chegar
Calas-me a voz...
Em minha alma que chora vazia
Por um momento se acende a magia
P'lo infinito estendo os meus olhos
Um mar de mil desejos
Aguarda-te ao chegar
Cristina Viana/Carlos Viana
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Colisão. Em câmara lenta.

Poderei ir embora, se preferires, quando quiseres, dizias tu calmamente. Murro no estômago. Súbita vontade de chorar. A minha pequenez. E se eu quisesse que nunca fosses? Não quero que vás... Com os olhos, pedi para ficares. A minha maior tristeza sempre fora sentir me uma pessoa avulso. No entanto, tinha a certeza que existias. Sabia, no fundo, que por mais que tentasse esconder-me ou fugir, não conseguiria. A alma sabe sempre o caminho de casa. Ainda não sei como entraste, não sei. Não interessa. Mas um dia ainda me hás de dizer porque é que não partiste.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Palavras. As certas?


Palavras. Erradas?
Volto a inspirar e expirar prolongadamente, quase em jeito de suspiro. De alguma maneira, sinto-te cerzido a mim, de uma forma latente mas consciente.
Perdoa-me. Por tudo e por este nada. Acho que não consigo escrever-te. As palavras que congemino silenciosamente parecem erradas na simples folha de papel.
Coloco-as nas tuas mãos.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Breve existência triste.
Passados uns dias, a Rosa foi encontrada em casa. Morta. Simplesmente, morreu. Estava sozinha, como sempre.
Depois de muito perguntar, durante dias a fio, nunca cheguei a saber a causa da sua morte. Tristeza, talvez...
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Ausência.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
Carlos Drummond de Andrade, in 'O Corpo'
Esquecimento.
Ou não.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Ninguém me vê.
Olham para mim, talvez... Ninguém me vê. Ninguém me sabe. Tu não. Nem eu.