Não sei se será mesmo assim...
Se quando temos muito cá dentro, sai pouco cá para fora. Palavras, portanto.
Talvez quando sentimos demasiado não haja forma de fazermos a sua transposição para algumas (poucas) palavras.
Tenho sentido alguma (muita) dificuldade em escrever. As palavras morrem-me no coração, ficam aprisionadas na garganta, fogem-me entre os dedos e o aglomerado de letras que se forma é algo diminuto.
Hoje, faço das palavras dos outros as minhas...

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violeta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!" Florbela Espanca
Uma quase-certeza... talvez encontre as minhas palavras nas dos outros... as que não consigo dizer ou escrever.
Uma certeza absoluta... já sentia saudades tuas antes de conhecer-te.
1 comentário:
Mesmo na escolha de grandes trabalhos, como este de Florbela, mostras o que és, o que vales.
Será que podemos sentir algo por alguém antes de o conhecermos?
Quem sabe???
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