segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Foda-se!


Ao telefone:


Eu - Foda-se! Aaaai, desculpa...

Ele - Desculpa, porquê?

Eu - Desculpa por ter dito foda-se. Foda-se! Disse outra vez foda-se!

Ele - Não importa... Estou no Porto.


Pois é. Tenho a informar, meus queridos, uma senhora também diz asneiras. Mas só às vezes. E hoje é daqueles dias em que me apetece dizer algumas.

Fico-me pela habitual... foda-se... para a distância.

sábado, 26 de setembro de 2009

Palavras vs Sentimentos

Não sei se será mesmo assim...
Se quando temos muito cá dentro, sai pouco cá para fora. Palavras, portanto.
Talvez quando sentimos demasiado não haja forma de fazermos a sua transposição para algumas (poucas) palavras.
Tenho sentido alguma (muita) dificuldade em escrever. As palavras morrem-me no coração, ficam aprisionadas na garganta, fogem-me entre os dedos e o aglomerado de letras que se forma é algo diminuto.
Hoje, faço das palavras dos outros as minhas...



"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violeta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!" Florbela Espanca

Uma quase-certeza... talvez encontre as minhas palavras nas dos outros... as que não consigo dizer ou escrever.

Uma certeza absoluta... já sentia saudades tuas antes de conhecer-te.



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

... fizeste-te música em mim...






... e a voz da tua poesia ainda
me lança raios no peito.





quarta-feira, 23 de setembro de 2009

não posso dizer-te o quanto gosto de ti... não posso...







...como saberias viver com tanto?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

E...


...dedilhas canções de embalar nas veias que tenho cravadas na carne,
enquanto me apertas num laço junto ao peito

...nasces-me na pele e floresces-me na boca de cada vez que repito o teu nome

...cantas-me versos de algo nunca antes escrito em cada folha que soltas dos dedos

e vais-te lançando contra mim, como um múrmurio doce de ondas semeadas no oceano

e eu vou me desfazendo das rochas, da areia, até ser (simplesmente)
mar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Clandestinos.



Um (des)encontro eterno e inevitável?
Dança dos dias.
Noites em branco.

Portos vazios. Maré cheia.

Clandestinos.

Trovoada em mim.
Água na boca.

Desejo calado....
que morde e arranha.

Carne ardente.
Rastilho.

Chama que nos incendeia.

Fogo...
em ti ...
em mim.

Choves-me na pele quente.

Tu deixas-me tão...
nua.

Tu fazes-me tão...
tua.

domingo, 20 de setembro de 2009

PORQUÊ?

Porque é que me deixas assim?



...com o coração nas mãos?

sábado, 19 de setembro de 2009

Latejante.

Pensava que me tinhas esquecido. Depois, na quietude dos gritos mudos, ouvi melhor...

o teu coração continua a bater...

aqui.



" Que perfeito coração,
no meu peito bateria;
Meu amor, na tua mão,
nessa mão onde cabia,
perfeito, o meu coração."

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Errante.

Eis que o silêncio surge, uma vez mais, em labaredas...


E eu desfaço-me, novamente, em água.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tua. Princesa.

... e tu chamas-me de princesa e eu acredito que sou. Princesa. E sorrio tanto, tanto, tanto, que o sorriso já não me cabe na boca e sai pelos olhos.



Tocas para mim?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O nosso segredo.



E quando chegas, assim, trespassas a noite com rasgos de luz.
E cada palavra que me pintas na pele é um molho de sorrisos que colhes em cada jardim por onde passas.
E cada abraço em que me envolves é uma canção em que me embalas até adormecermos.
E eu reinvento-me em novas roupagens que me vestem a alma de uma alegria pueril.
E, um no outro, seremos sempre nós. Este é o nosso segredo. Aquele que guardamos, cúmplices, no silêncio de um sorriso que só nós compreendemos. Aquele que arde na boca, corre nas veias, incendeia o peito e consome de desejo. Aquele que nos põe o mundo inteiro na palma das mãos e nos cede um tempo infinito, o tempo que quisermos, porque este tempo é só nosso.



E eu saberei voar, sempre assim, livre, com as asas que um dia me deste.

sábado, 12 de setembro de 2009

Para sempre... talvez.



Nada mudaria. Mas mesmo assim... Deitou a cabeça para trás. Fechou os olhos e deixou-se ir. Nada mudaria...

Pegou vagarosamente na roupa. Vestiu-se e dirigiu-se para a porta em bicos de pés, como se qualquer movimento menos cuidadoso pudesse acordá-lo. Não se despediu. Não deu o último beijo. Não olhou para trás. Fechou a porta de mansinho e, quando a fechou, ecoou-lhe na alma, num lamento ensurdecedor.

Alisava mecanicamente a bainha do vestido enquanto olhava, distraída, através da janela. As luzes confundiam-se com o sol, ainda tímido, e a claridade chicoteava os olhos impiedosamente. As mãos nervosas. Os olhos, perdidos, escondidos pelos óculos escuros mas, mesmo assim, demasiado claros.

Chegou finalmente a casa. So aí soltou um suspiro dorido. Tinha-o feito prisioneiro no peito.

A água caía-lhe, a ferver, no corpo, como se assim pudesse esquecer. Cada gota, uma tentativa falhada de apagar o que acontecera.
Nada mudaria...

Nada mudara. Mas a partir daí tudo seria diferente.

Nesse dia, o sol fugiu. E choveu. Sem parar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Shhhhhh


Nada te direi, pois então. Que as palavras estão gastas e pouco sentido fazem. Nada direi. Deixarei que cada palavra morra em mim e se transforme em ar comprimido de encontro ao peito. Nada direi e com isto digo tudo.
Mas sinto...

domingo, 6 de setembro de 2009

D' outros voos.



Ele voou-lhe nos sonhos, cruzando-os com asas de ternura.
Ela acolheu-o, silenciosa, e no seu céu rasgou-se um sorriso.
Ele aninhou-se no peito e permaneceu. Descansou.
Lamberam feridas, choraram alegrias e tristezas.
Eram livres.

E voaram juntos.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Com os dois olhos. Ou só com um!


Pois que hoje aconteceu algo inédito...

Recebi um selo! Ou um prémio, ou qualquer coisa assim...

Mas estou contente! Obrigada, Patrícia! (gosto mais com os dois olhos, mas só com um já não é mau de todo...)
Pelo que me consta tenho que passar o mimo a dez blogues.
A escolha é difícil, mas cá vai: