
No intervalo existente entre aquilo que sou e aquilo que finjo ser, já não sei ser... quem sou....

segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Coisas da B...
O avô da B. andou tristonho durante todo esse dia.
A avó da B. organizou um jantar surpresa para o avô da B.
O avô da B. ficou feliz por ver a família reunida.
O avô da B. recebeu algo que queria muito: uma guitarra (confirmei, doze cordinhas, todas lá...).
O avô da B. chorou. De emoção.
A avó da B. também.
À B. também deu vontade de chorar.
E aos restantes.
Post Scriptum:
A B. fez o bolo de aniversário do avô.
A B. bailou de pés descalços, na rua, nessa noite.
E dormiu melhor...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Telefonema...
Hoje já nem consigo escrever mais. Amanhã. Amanhã...
Do coração. E OUTROS DEMÓNIOS.
Afastei-me vagarosamente. A ferida aberta. A dor. Lancinante. Corri, na tentativa vã de lhe fugir. Caí. Os joelhos nus nas pedras do chão. No pó da estrada. E só aí... chorei. Sem soluços. Apenas lágrimas que pisavam as folhas e trepavam pelos ramos que me secaram na alma, apenas lágrimas que me saíam pelos olhos, rebolando cintilantes pelas faces. Quentes. Salgadas. Doridas. Levantei-me a custo, sacudi o vestido. Tentei respirar fundo, mas o ar não me enchia o peito. Cada vez que tentava fazê-lo, era um murro no peito vazio. Olhei para o horizonte. Para onde iria? Estava perdida.... Tinha esquecido o caminho de casa.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Bem-hajas...
Há pessoas assim. Daquele tipo de pessoas que vão entrando de mansinho pela nossa vida e se ancoram no fundo da nossa alma. Chegaste devagarinho. Mas vieste para ficar. Tens sido uma amigo valente, querido P.. Tens sido a única pessoa capaz de fazer com que lamba lágrimas do rosto com um sorriso na boca e nos olhos. Consegues perceber a minha sede insaciável de infinito, que é também a tua.
Bem-hajas.
... por te preocupares comigo;
... por me acompanhares nas noites de insónias;
... por me desejares um bom dia, mesmo quando ainda estou a dormir;
... por me mimares;
... por seres generoso;
... por sentires as tuas dores e também as minhas;
... por me deixares ser um porto de abrigo para as tuas mágoas;
... pelas palavras que escreves; pelas que dizes e pelas que calas mas que eu leio nas entrelinhas;
... por partilhares dores e sorrisos;
... por me arrancares gargalhadas tão sonoras com certas "trapalhadas" que te acontecem (o meu vizinho deve pensar que sou louca por rir sozinha);
... por pores no meu nome algo doce (só tu me tratas assim).
Bem-hajas por existires e fazeres parte da minha vida. É uma honra.
domingo, 23 de agosto de 2009
Deixa-me morrer ou viver. Em ti.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Que seria?
As palavras falham-me. Sinto a cabeça a latejar, vazia, ou então, demasiado cheia. Tão cheia que os meus dedos trôpegos não conseguem acompanhar a velocidade dos pensamentos que a percorrem. Nem escrever consigo e deixo-me embalar numa apatia que me faz doer a pele, a carne, os ossos e tudo cá dentro.
O passado fim-de-semana teve acontecimentos únicos de tão fantásticos mas o desfecho do mesmo continua a chicotear-me o corpo. Voltei a ter insónias. As poucas horas que durmo entregam-se a pesadelos que não consigo evitar quando os olhos fecham. Os comprimidos cor-de-rosa permanecem na mesinha de cabeceira.
O cansaço era imenso, é verdade. Era quase dia, tão dia, que a claridade já feria os olhos depois de um dia e uma noite a dançar no meio do pó. A viagem não seria assim tão longa até chegar a casa. Duas horas e meia, três no máximo. Mas os olhos deixaram-se trair pelo sono. Fecharam-se dois segundos. E aquilo que me lembro é do primeiro embate, o arrastar do carro pelo muro, como que em câmara lenta. Não penso em mais nada. Apenas pergunto a mim mesma: se em vez do muro estivesse um precipício; se em vez daquela estrada, o carro seguisse numa auto-estrada a alta velocidade...
QUE SERIA?
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Ondas de palavras.

Eu sei que cada palavra minha é como uma onda que se forma nas entranhas do mar e se atira contra penhascos imponentes, morrendo-lhe nos braços frios. Mas a morte de cada onda faz nascer outra e mais outra e elas nunca acabam. Nenhuma vive duas vezes da mesma forma. Cada uma se resigna a um fim violento e deixa-se levar de regresso ao local de onde partira, num lamento que é quase um murmúrio. Apenas uma nova onda terá força para tentar o que outras não conseguiram. Até que, também esta, se rende, cansada, conhecendo de antemão o fim anunciado e enevitável. E tudo acalma. Aparentemente.
Calo as palavras. Faço-as apaziguarem-se, espalhadas de forma desordenada pela alma e peço silêncio. Tapo-lhes a boca, mesmo que tentem morder-me a carne e me exijam serem ouvidas. Não é tempo. Não é o momento. Quando, finalmente, as liberto, soltam-se com fúria incontrolável e é aí, só aí, que elas falam de mim, de dentro de mim, sem que possa evitar o que dizem.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Loucuras...
É o, tantas vezes, não saber...
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
O verdadeiro elogio. Ao amor.
domingo, 2 de agosto de 2009
Não sei se vale a pena...

Não sei se vale a pena. Esta vontade de nada prende os músculos e vai pintando a negro os sonhos. É como se o desalento agarrasse num lápis de carvão e começasse a cobrir com linhas escuras todas as outras cores.
Não sei se vale a pena. Não me apetece. O vizinho dá-me os bons dias a meio de um sorriso e custa-me responder-lhe. Passo ao lado da esplanada de um café e quase sinto inveja. Vários jovens, riem e falam de tudo e de nada de uma forma despreocupada. Semeiam sonhos no fundo de uma garrafa de cerveja. Não me apetece nada... Sigo o caminho de casa sem parar.
Nem sei se tudo isto é real. Perco a conta ao número de cafés, acendo (mais) um cigarro. Sinto-me errante. Deslocada. Da varanda vejo telhados, luzes através das janelas de outras casas. Que estarão a fazer? Será que, tal como eu, têm insónias? A rua está adormecida. A velar-lhe o sono, apenas os candeeiros que se espalham por entre as casas.
Um manto escuro apagou as estrelas e eu só quero (conseguir) adormecer.
Eu sei que vou passar a vida toda à tua espera. Não sei se vale a pena. Eu sei que não virás. Não sei se vale a pena...
Vale a pena?