segunda-feira, 11 de maio de 2009

De mim nada restará.

Tenho minh'alma num desassossego e desvario...
Nada poderei dar-te e de ti nada quero.
Quero apenas a tua presença em mim
e a firme certeza de que existes.
De mim nada restará
porque tuas mãos das minhas se soltaram
e de teu olhar acabei por me perder.
Nesta certeza das incertezas
O eterno cansaço de querer.
Trago em minh'alma a cega dor
de tudo sentir e não saber que sinto.
Sou como folha caída arrastada pelo vento
E já não sei porque minto
Porque nego tamanho desvelo.
Como os laços que prendem são efémeros
De maior brevidade que a vida...
De mim nada restará
e nesta escuridão que cega
apenas ouço os teus passos que se aproximam.
Mas não te sinto chegar...
De mim nada restará e engano o mundo...
O engenhoso engano de que tudo passa
Como água que corre no rio
E por mais que tente nada há que eu faça.
De mim nada restará
a não ser a memória,imperfeita e desfocada,
de um momento perfeito... ou imaginado?
Como pó que se levanta no caminho por onde passo
De mim nada restará...Nada mais poderei ser
porque em meu ser tudo está terminado.
Minh' alma morreu em corpo vivo
E, da luz, clara e ofuscante,
Apenas sombras ficaram.
28 de Abril de 2009

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