quarta-feira, 27 de maio de 2009

Carta fechada.

Chorei. Não foi um choro em que os soluços saem da alma em espasmos. Foi um choro silencioso. Soube-me a tristeza. Resignei-me à minha condição terrena. Senti-me impotente. Apercebi-me que, por mais que avance, o amanhã permanece sempre inalcancável. A realidade, a dura realidade, é que ele anda sempre dois passos à minha frente. O ontem não me atormenta. Posso visitá-lo sempre que quiser, em pensamentos feitos de memórias mais ou menos desfocadas. O hoje não me atormenta. Posso fazer dele o que quiser. O que me atormenta mesmo é o amanhã. É esse dia que nunca chega e se me apresenta como uma carta fechada. É o não saber... É o saber que agora não estás. Hoje chorei até me doerem os olhos e sentir que já nada poderia sair de mim. Nem palavras. Apenas água salgada. Talvez um dia. Ou amanhã...

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